Operação Partícipes é deflagrada pela Polícia Civil em cidades gaúchas

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– – Foto: PCRS

A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Repressão a Lavagem de Dinheiro e Divisão de Inteligência (DRLD/DIPAC) do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (DENARC) deflagrou nesta quinta (17), a Operação Partícipes. Coordenada pelos Delegados Adriano Nonnenmacher e Wagner Dalcin, a operação é seguimento da Operação Consortium, deflagrada em dezembro de 2022, com a finalidade de desmantelar células financeiras de organizações criminosas ligadas ao narcotráfico. A ação teve apoio operacional da DINARC/DENARC, DEIC, DPM e SUSEPE.

Foram cumpridas 20 ordens judiciais, dentre prisão preventiva, mandados de busca e indisponibilidade/sequestro de bens, veículos, imóveis, contas bancárias, nas cidades de Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha e Charqueadas, junto a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).


Na ação, um indivíduo foi preso. Foram apreendidos documentos, celulares, um veículo, seis contas bancárias foram  bloqueadas, dois imóveis indisponibilizados. Os ativos sequestrados podem chegar a mais de R$ 1.000.000,00. O núcleo alvo da operação é responsável pela gerência financeira e interligação entre alguns integrantes de facção sediada no Vale dos Sinos com líderes de organização criminosa atuante na zona leste de Porto Alegre, alguns já indiciados e presos preventivamente na primeira fase.

Na fase 1 foram indisponibilizados R$ 3.221.952,50, totalizando, nas duas fases, cerca de R$ 4.276.952,50 reais. Nas fases 1 e 2, a movimentação financeira de todos os suspeitos chegou a 217 milhões de reais.


O modus identificado na lavagem de capitais em ambas as fases, após meses de análises bancárias, financeiras, fiscais, telemáticas, extração de dados telefônicos e diligências externas, concluiu que os traficantes, com atuação em nível de atacado, atuavam em várias cidades do RS, com conexões também em Santa Catarina e Paraná, usando o sistema financeiro para a dissimulação e pulverização de recursos ilícitos. Na modalidade ocultação de veículos de luxo, usavam laranjas para mascarar a propriedade real, bem como constante moeda de troca entre os membros e para o pagamento das negociações de compra de drogas e armas em outros Estados. Foram também constatados pagamentos fracionados, burlando fiscalizações bancárias, entre os operadores financeiros das diferentes facções citadas.


Conforme o Chefe de Polícia, Delegado Fernando Sodré de Oliveira, a Polícia Civil possui planejamento estratégico direcionado a asfixia financeira das organizações criminosas gaúchas, realizando prisões e indiciamentos dos líderes e comparsas, impedindo sua expansão e aliança com outras de nível nacional.


Para o Delegado Carlos Wendt, Diretor-Geral do Denarc, foi mais uma Operação exitosa, chegando a cerca de R$ 50 milhões de ativos ainda efetivamente indisponibilizados judicialmente, inclusive em alguns já existentes condenações, fruto de 15 Operações realizadas pela DRLD Denarc desde 2019.


Segundo o Delegado Alencar Carraro, Diretor de Investigações do Denarc, as ações contra os líderes e seus gerentes da alta cúpula do narcotráfico gaúcho demonstra a efetividade das investigações financeiras.