Polícia Civil faz operação para apurar cobranças indevidas de médicos credenciados ao IPE

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Mandados foram cumpridos em Bagé e Cachoeira do Sul.

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22), a Operação Por Fora para apurar crimes contra a administração pública praticados por médicos credenciados no IPE que exigiam dos segurados valores além dos repassados pela autarquia pelas consultas e procedimentos médicos. A ação, coordenada pela 1ª e 2ª Delegacias de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic), cumpriu seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Bagé e Cachoeira do Sul. Também foi solicitada a suspensão da atividade profissional de dois médicos.

Entre os materiais probatórios da investigação estão comprovantes de depósitos bancários, via PIX, diretamente para as contas dos profissionais.

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Segundo os delegados Augusto Zenon de Moura Rocha e Max Otto Ritter, as investigações duraram três meses e iniciaram após o recebimento de denúncias, por meio do próprio IPE, contra médicos
credenciados. Há relatos de pacientes que tiveram suas cirurgias condicionadas a pagamentos que variavam de R$ 1 mil a R$ 9 mil. Alguns pacientes contraíram empréstimos para terem condições de efetuar o pagamento e terem seus procedimentos médicos realizados. Na maioria dos casos, o pagamento era feito em dinheiro, na própria clínica, ou diretamente para os médicos.

Para justificar as cobranças, os médicos usavam diversos argumentos, como o pagamento de instrumentos operatórios, pagamento de anestesia, aluguel de sala de cirurgia, etc. A prática é vedada aos profissionais, havendo, inclusive, expressa disposição em instrução normativa do IPE nesse sentido, considerando a conduta passível de descredenciamento.

A ação contou com a atuação de 18 agentes e dois delegados e teve apoio da Delegacia de Polícia Regional de Cachoeira do Sul (20ª DPRI) e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Bagé.

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