Em combate a estelionatos e extorsões, Operação da Polícia Civil cumpre ordens judiciais em casas prisionais do RS

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Ação contou com a participação de 40 policiais civis.

Na manhã desta quinta-feira (15), agentes da Delegacia de Polícia de Dois Irmãos, coordenados pelo delegado Felipe Borba, cumpriram dez mandados de busca e apreensão, nas cidades de Caxias do Sul, Alvorada, Estância Velha, Charqueadas, Porto Alegre e Dois Irmãos, com a finalidade de avançar na investigação de crimes de estelionato e de extorsão, objeto de três inquéritos instaurados.  

Quatro dos dez indivíduos investigados já estão presos, o que motivou a execução de mandados em três casas prisionais (Cadeia de Porto Alegre, Penitenciária Estadual do Jacuí e Presídio de Caxias do Sul). Além disso, oito contas bancárias foram bloqueadas judicialmente a partir de representação de sequestro formulada pela Delegacia de Dois Irmãos.

Em um dos endereços objeto de busca e apreensão, foi localizado e preso um homem de 28 anos contra quem havia mandado de prisão em razão de condenação definitiva pelo crime de tráfico de drogas, expedido pela Vara de Novo Hamburgo.

Segundo o delegado Borba, “as investigações iniciaram há quatro meses, a partir de casos envolvendo golpes dos nudes e estelionatos referentes a propostas de ganhos financeiros cujas três vítimas residem em Dois Irmãos. Não podemos revelar detalhes, até para não expor as vítimas, mas em um dos casos houve prejuízo de cerca de 100 mil reais, tendo inclusive extrapolado os limites de crédito bancário pessoal, e a vítima solicitado empréstimo a parentes”.

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Ofensiva teve apoio da Brigada Militar e da Susepe.



“Este caso, em especial, bem revela que não se pode ceder às solicitações ou exigências de estelionatários ou extorsionários, pois o comportamento da vítima vai estimular a perpetuação do crime, com novas investidas. Nossa orientação é de que os contatos sejam encerrados e bloqueados, e que as pessoas comuniquem qualquer fato dessa natureza à Polícia Civil, para que, ainda que não desejem representar criminalmente, as vítimas busquem esclarecer dúvidas e compreender melhor a situação em que se encontrem”, completou.

Ainda de acordo com o delegado, foi demonstrado o envolvimento de, pelo menos, dez pessoas com o esquema criminoso, o que motivou o acolhimento judicial do pedido de sequestro de valores depositados em contas bancárias. “É importante que além do indiciamento, a Polícia busque reparar o prejuízo patrimonial das vítimas e, ao mesmo tempo, evite que os criminosos se locupletem das práticas ilícitas”, destaca o delegado.

Com a quebra de sigilo bancário e a análise do material apreendido hoje, a expectativa é identificar outras pessoas que tenham participado do esquema criminoso.

“Atualmente, a investigação deste tipo de crime está entre as mais complexas. Os criminosos habilitam números de telefone celular e abrem contas bancárias em nome de laranjas, uma vez que o sistema de telefonia móvel e o sistema financeiro não impõem obstáculos suficientes de segurança contra estas práticas. Além disso, o crime de estelionato exige que a vítima manifeste a vontade de representar contra os autores para que a Polícia possa instaurar inquérito policial, e por receio ou vergonha sabemos que algumas pessoas sequer procuram a polícia para relatar tais delitos”, ressaltou Borba.

Sobre a relação dos crimes de estelionato com outras infrações penais, o delegado comentou: “Temos observado um incremento no número de pessoas que tradicionalmente se dedicam ao tráfico de drogas e crimes violentos – como roubo e homicídio – que estão aplicando golpes ou até migrando para esse outro tipo de crime. Isso demonstra a relevância do combate a este delito, uma vez que os ganhos financeiros muitas vezes acabam fomentando a prática de outras infrações e aumentando a capacidade econômica de facções criminosas”.

A operação de hoje contou com o apoio de 40 policiais civis, de equipes de policiais penais operacionais da SUSEPE e da Brigada Militar.

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